quarta-feira, 6 de julho de 2011

Marina Silva deve deixar o PV amanhã

A decisão está tomada: depois de quase dois anos no Partido Verde (PV), a ex-senadora Marina Silva anunciará, nesta quinta-feira, sua desfiliação. Em evento em um espaço cultural em São Paulo, mesmo local em que eram feitas reuniões políticas e entrevistas coletivas durante a campanha presidencial de 2010, Marina reunirá seus principais aliados para oficializar a saída. No mesmo dia, ela inicia um debate para criar o Movimento Verde de Cidadania, nome provisório da entidade civil que servirá de teste para a nova legenda que o grupo deve criar após as eleições de 2012 - uma espécie de pré-partido.

Marina está na Alemanha desde a semana passada para participar de um encontro de partidos verdes de todo o mundo. Antes de viajar, ela já havia se reunido com amigos para pedir opiniões sobre sua saída. Apesar de já haver sinalizado diversas vezes a intenção de deixar o PV, a ex-senadora ainda não tinha certeza se deveria desistir de tentar mudar a estrutura da legenda. Nos últimos dias, em conversas com os integrantes do grupo Transição Democrática, surgido em oposição ao presidente José Luiz Penna, veio a certeza.

Os marineiros menos otimistas convenceram a ex-parlamentar de que o embate dentro do partido já é inútil. Desde março, Penna não deu qualquer sinal de que aceitaria as sugestões dos companheiros de Marina nem abriria mão da presidência. Um a um, os integrantes do grupo foram jogando a toalha um a um. O primeiro grande nome a tornar a desistência oficial foi o ex-candidato ao governo de São Paulo Fábio Feldmann, que divulgou carta na última quinta.

Aliados - Junto com a ex-candidata à Presidência e seus 20 milhões de votos, deixam o PV aliados como os empresários Guilherme Leal e Roberto Klabin, o ex-coordenador da campanha presidencial João Paulo Capobianco, o ex-presidente do PV de São Paulo Maurício Brusadin, os ex-candidatos ao governo paulista Fábio Feldmann e ao Senado Ricardo Young, o ex-deputado federal e ex-petista Luciano Zica e o ex-presidente do Ibama Basileu Margarido Neto.

Uma segunda parcela do grupo Transição Democrática que tem um mandato ou pretende se candidatar nas eleições municipais irá apenas se afastar de atividades partidárias. "Eles saem do PV de alma, mas não de corpo", comenta um dos aliados de Marina. Esse é o caso do deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), atual vice-presidente da legenda. Os outros integrantes do Transição Democrática continuarão filiados, ainda tentando conquistar espaço para mudanças.

Maurício Brusadin já divulgou sua carta de desfiliação na terça. "A saída não será em manada nem haverá uma orientação fechada. Parte do grupo não volta atrás, como eu, mas a opção é de cada um", comenta. Brusadin renega o termo "pré-partido" para o movimento que será criado pelos dissidentes verdes. "Não vamos deixar de fazer política, pelo contrário. Mas vamos fazer isso de forma mais ampla, porque entendemos que esse modelo de democracia partidária não dá tudo o que a sociedade digital demanda porque está ultrapassado".

"Não dá para montar um partido sem fazer um amplo debate com a sociedade".

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